5 ARTISTAS FRANCESES PARA INSERIR NA PLAYLIST

Famosos pelo sotaque, os franceses carregam por aí a fama de conquistadores. E, pelo menos quando o assunto é música, não dá para negar. Com estilos musicais variados e letras para diferentes fases da vida, conheça artistas e bandas da França que podem incrementar a sua playlist e mexer com o seu coração.

Para muitos, francês é a língua mais bonita do mundo. Há quem diga que basta adicionar o sotaque para deixar qualquer frase mais sexy ou romântica. Talvez por tal motivo a música francesa seja ainda mais especial. Porém, não se engane: as canções lentinhas e românticas até fazem sucesso por lá (como em qualquer lugar do mundo), mas existem artistas incríveis cantando muito rock, rap e pop dançante.

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Com o intuito de mostrar mais dos artistas incríveis que temos pelo mundo, o NÃO ÓBVIO listou alguns cantores e bandas franceses para ficar de olho e inserir na playlist. Se você não entende nada da língua, não tem problema – ainda assim, as músicas continuarão incríveis e basta dar um Google para descobrir como as letras são poéticas. Pode apostar.

1. BB Brunes

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Sabe aqueles rocks dos anos 60, bem melódicos, que nos dão vontade de pegar uma guitarra e sair tocando por aí, bem no estilo The Clash? Basicamente, é esse o som do BB Brunes.

Apesar de jovens (a banda foi fundada em 2006), os integrantes Adrien Gallo, Karim Réveillé, Félix Hemmem e Berald Crambes, produzem canções bem maduras e retrô. Na bagagem, o grupo já carrega seis álbuns. O último deles, lançado em 2017 e intitulado Puzzle, mostra que o estilo dos rapazes se mantém firme, apesar do amadurecimento melódico.

Além das canções com essa pegada de rock mais antigo, a banda tem muitas músicas com influência do metal e do indie.

Na maior parte, as letras trazem reflexões românticas em tons de desabafos e revoltas, mas ainda cabem aquelas que abrangem mais e abraçam as críticas sociais e humanas, como é o caso de letras que relembram da importância de uma (agora morta) criança interior.

Há sempre algum verso com tons poéticos nas frases da banda, trazendo ainda metáforas em meio a descrições mais literais nas composições.

Trecho da música Dis-Moi:

Há um indício de paixão violenta quando ela perde suas meias compridas.
Eu não estou mais à venda, Houna, não sou mais assim
Rumores adolescentes dizem que eu não sou
Quanto a mim e a você, acho que a parte verdadeira se esconde.
(…) Quando você me morde onde está doendo
E me abraça
Quando fiz suas feridas saltarem
Seus gritos se perderam profundamente.

2. Cœur de Pirate

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Cœur de Pirate é o nome artístico de Béatrice Martin, que nasceu no Canadá e tem 29 anos. Mas antes que nos acusem de propaganda enganosa, vale ressaltar que ela é do Quebec, região do país que é completamente dominada pelo francês, tanto no aspecto linguístico quanto no aspecto cultural. Exatamente por isso, a maioria das músicas de Cœur são francesas e singulares.

Talvez esta repórter que vos escreve seja suspeita para falar – já que é muito fã –, mas vale a pena ouvir e tirar suas próprias conclusões. O som de Cœur é uma mistura especial entre indie, pop e música clássica.

No repertório da artista, que estudou em conservatório por quase uma década, estão canções com muito piano e violino, que conseguem emocionar mesmo quem não entende um palavra sequer do que está sendo cantado ali.

Ao todo, Cœur tem seis discos lançados – sendo um deles, que leva o nome da artista, uma versão em inglês com as músicas de seu primeiro álbum.

As letras, a cantora traz indagações e afirmativas que podem servir para diversos contextos. Aqueles que desejarem, podem compreender como algo mais romântico, enquanto outros podem analisar por uma visão que traga outros tipos de relacionamento (familiares, por exemplo) ou até uma noção mais social.

Trecho da música Place de la République:

A gente se conheceu pelo tempo de agradar
As exigência que criamos para nós: foi onde nos perdemos
Você só está a poucos quilômetros
E nossos corações, nossos corações ficaram naquele mar.
Eu corri ao longo do Sena
Esperando lhe encontrar, a alma serena
Eu corri sem saber como
Nem porquê a gente se entusiasma
A gente só se conheceu por um momento.

3. Stromae

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Mesmo para quem não é lá um grande fã de música francesa, é possível que já tenha ouvido algo de Stromae por aí. Alors on Danse (Agora Nós Dançamos) e Papaoutai (Onde Estás, Papai), lançadas em 2009 e 2013, respectivamente, bombaram no mundo inteiro e alavancaram a carreira do cantor.

O som de Stromae mistura hip hop, música eletrônica e chanson. Este último é um estilo bem famoso na França e se assemelha ao que conhecemos como acappella, porém, com uma pegada mais clássica.

No repertório dele, as músicas que mais fazem sucesso são as baladas mega dançantes, dessas que têm a cara de um sábado à noite. Porém, não faltam canções mais lentinhas como Formidable, que integra o segundo álbum do artista, de nome Racine Carrée (Raiz Quadrada, em português).

As letras, que costumam fazer críticas sociais sagazes e repletas de entrelinhas são, em sua maioria, compostas pelo próprio cantor. Nos versos, ficam reflexões sobre temas atuais, como o machismo ou a falta de respeito ao diferente e a análise do quanto acabam todos desrespeitados e afetados pela atitude.

Por vezes, inclusive, o artista encarna o papel feminino e utiliza a voz para representar as críticas aos comportamentos masculinos mais gerais.

Trecho da música Tous Les Mêmes:

Para fazer, você está presente
Mas para cultivar, nunca volta.
(…) Feia ou estúpida, nunca está bom
Estúpida ou bela, nunca está bom
Bela ou eu, nunca está bom
Eu ou ela, nunca está bom.
Nos vemos, nos vemos, nos vemos na próxima briga.

4. Plastiscines

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Imagine uma banda de rock de garagem, bem punk, incendiária. Agora, substitua os homens que você imaginou (vai dizer que não?) por quatro garotas extremamente estilosas. Adicione letras em francês e voilà: prazer, Plastiscines.

As músicas da Plastiscines tem muita personalidade. Basta ouvi-las uma vez que, quando escutar na próxima, ainda que não veja o nome, vai saber que são elas cantando. Além da voz, a banda pesa – e muito – nos instrumentos. A bateria e a guitarra estão presentes com bastante força em quase todas as canções.

Fundada em 2004, infelizmente, a banda, composta por Katty Besnard, Louise Basilien e Anaïs, não produz nada desde 2009. A última grande aparição conjunta foi em 2014, quando as artistas resolveram gravar algumas versões acústicas das canções.

No entanto, o fim da banda nunca foi declarado oficialmente. Mas isso não é motivo para se preocupar: existem dois álbuns completos para serem apreciados. O primeiro, que leva o nome do grupo, foi lançado em 2007. Já About Love foi exatamente a última produção delas, divulgado há exatos 10 anos.

Nas letras, que contam com ironias para todos os lados, o grupo costuma falar diretamente com aqueles que desejam criticar. Seja alguém específico (com um tom de desabafo) ou “alguéns” que cumprem certos papéis dentro de uma sociedade repleta de sistemas injustos.

Trecho da música Bitch:

Quando eu ando com meu cão
Eu sou uma vadia.
Quando eu me apaixono
Eu sou uma vadia.
Quando eu dou um beijo
Eu sou uma vadia.
Quando eu canto assim
Eu sou uma vadia disfarçada.

5. France Gall

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Para você, qual é a maior cantora da história brasileira? Maria Bethânia, Gal Costa, Elza Soares, Angela RoRo, Elis Regina e Cássia Eller são só alguns exemplos de ídolas nacionais que podem ter passado pelas mentes. Na França, existem diversas artistas dessa magnitude também. Uma delas é France Gall.

Considerada uma das maiores cantoras da história do país, Isabelle Geneviève Marie Anne Gall, conhecida como France Gall, foi um verdadeiro fenômeno nas décadas de 60, 70 e 80. Infelizmente, ela faleceu no final de 2018, aos 70 anos, em decorrência de um câncer. Porém, existem centenas das suas músicas espalhadas por aí.

A artista lançou oito discos, todos eles refletindo o estilo de cada época, mas sem perder a identidade pop e as letras leves e filosóficas.

France costumava cantar versos que pudessem deixar o público mais leve consigo e com a vida. Letras sobre resistência, sobre não mudar a essência própria e não se deixar corromper são apenas alguns dos exemplos que levantavam a autoestima dos fãs. Como é o caso de Résiste:

“Resista. Prove que você exista. Procure pela felicidade em todo lugar, vá. Recuse este mundo egoísta e, com graça, resista. Siga seu coração que insiste. Esse mundo não é sem, venha. Lute, assine para que persista”.

Outras composições, porém, falam diretamente com amores do passado e acabam sendo mais literais (menos poéticas) e menos feitas para que ‘todos possam refletir’, como é o caso da indicada acima.

Trecho da música Laisse Tomber Les Filles:

A sorte abandona
Aquele que sabe
Que vai deixar corações feridos
E o faz.
Você não terá nenhuma pena
Para consolá-lo.

É difícil definir uma artista tão completa e com uma carreira tão sólida quanto France, mas, só para dar uma ideia, muitos citam que ela poderia ter sido a quinta integrante do ABBA.

Autor: Rafaela Fleur • @rafaelafleur

Jornalista extravagante, faz-tudo de moda e beleza, apaixonada por vermelho e tudo aquilo que brilha - de glitter a David Bowie. Baianíssima.

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